Wednesday, September 7, 2011

Cuidando do meu cabelo crespo



Resolvi dar meu testemunho de fé com relação aos cuidados que tenho com meu cabelo. Não sem antes dar uma filosofada, óbvio, que ninguém é de ferro. 

Vamulá: eu comecei a alisar os cabelos aos seis anos de idade. Eu sofria bullyings constantes na escola e implorava para que a minha mãe "desse um jeito" na cabeleira. Resumindo, eu odiava meu cabelo com todas as forças, porque queria ser aceita e na escola o máximo de aceitação que eu experienciava era a professora pegar todos os meus materiais (oh, gentileza!) e colocá-los na última carteira (senta lá, Flávia!), pois meu cabelo estava "atrapalhando" a vista do guri que sentava atrás de mim. 

Daí que eu comecei com uma touca de gesso química (com um alisante à base de soda), e desde então sucederam-se inúmeras tentativas de domar a juba com muitos, muitos produtos fortes. E devo confessar que minha mãe gastou uma fortuna comigo para tentar sanar essa insatisfação eterna que eu sentia com meu cabelo. 

E nessa minha jornada de alisar cabelo, eu já ouvi de tudo. Mas vou poupá-las, porém, dos bullyings que sofri, senão não cabe no post =D

Assim fui vivendo até descobrir, já adulta, que na verdade eu não gostava tanto assim de cabelo alisado. Eu ficava feliz e panz, balançava o cabelo sedoso mas... parece que faltava algo. Sério, eu me olhava no espelho, namorava comigo mesma, mas ficava sempre aquela sensação de que aquilo ali não era eu. 

Bom, esse algo que me faltava era a identidade. Porque eu me sentia uma caricatura de uma mulher branca, nada além disso. Tanto que quando tive contato com a teoria do "tornar-se negro", a identificação foi mais que imediata.

Enfim. Demorou um tanto até eu decidir deixar o cabelo natural, e essa demora tem, entre outros, alguns motivos práticos. Eu não aguentava deixar a raiz crescer e não suportava a idéia de uma mudança radical, ou seja, cortar curto. E assim eu seguia, ficando às vezes até uns 8 meses sem fazer retoque de raiz, mas sempre surgia um bad hair day que era pior que os outros bad hair days e me fazia correr para o salão pra alisar o cabelo novamente. 

E eu não vou negar nem mentir pra ninguém: alisar a raiz é prático. Você acorda praticamente pronta pra tudo, não precisa gastar tempo tentando dar um jeito/disfarçar aquela raiz imeeeensa que tem uma textura totalmente diferente do resto do seu cabelo que já sofreu alisamento. Mas que graça tem toda essa praticidade se aquilo ali não é o que você quer, assim, de verdade?

Foi aí que me veio a peripécia: conheci, através da amiga Deb, o método da Curly Girl, criado pela americana Lorraine Massey e que faz muito sucesso entre as americanas. Já senti que a coisa ia dar certo quando bati o olho na chamada feita no wikihow:

Você sofre com seu cabelo cacheado que está seco, danificado, cheio de frizz e incontrolável? Você está aberta para tentar algo novo? O método Curly Girl (também conhecido como "no-poo") é baseado no livro "Curly Girl" da Lorraine Massey. O apelido "no-poo" faz alusão ao não uso de shampoo de sulfato, porque os sulfatos tendem a despir o cabelo de seus óleos naturais. Assim que você tira os sulfatos, o seu cabelo poderá reter a sua umidade natural. 

Eu já havia tentado de tudo nessa minha vida, mas essa história de ficar sem shampoo eu ainda não tinha ouvido, não. O método consiste, basicamente, em retirar o shampoo e evitar produtos que contenham silicone no seu cabelo (incluindo o famoso óleo mineral). 

Explicando a questão do shampoo: a maioria dos shampoos contém sulfatos fortes que danificam muito os cabelos crespos (tais como: ammonium laureth sulfate, ammonium lauryl sulfate, sodium laureth sulfate, sodium lauryl sulfate, etc). É interessante notar que, independente da quantidade, esses são elementos químicos utilizados em detergentes de lavar louças, e você jogar um elemento desses no seu cabelo que já tem a tendência para ressecar absurdamente seria problema na certa, não? 

Agora, com relação aos silicones: a curto prazo, eles combatem bem o frizz, mas ao longo do tempo eles vão acabar encapando tanto o cabelo que nenhuma umidade entra neles, o que vai dar a aparência de palha seca, sem contar o frizz que fica. 

Dessa forma, os silicones resolvem a questão do frizz de forma imediata, mas a longo prazo eles estão é danificando os fios. E os sulfatos lavam os silicones, mas lavam também toda a oleosidade natural, o que acaba sendo ruim pro seu cabelo.Daí você entra naquele círculo vicioso sem-fim: cada vez buscando um condicionador mais potente porque o anterior parece não resolver mais nada, pois o cabelo parece que cansa. 

Diante disso tudo, eu fiquei na dúvida: como proceder? Resolvi que o primeiro passo seria o mais difícil pra mim. Fazer o BC, abreviação para Big Chop (algo como o Grande Corte em português). Deixei a raiz crescer até um tamanho razoável (pra não ficar joãozinho de tudo) e encarei a tesoura. Foi um misto de sentimentos, mas eu garanto pra vocês que a sensação de liberdade e curiosidade de ver como meu cabelo natural era na real falaram mais alto. Saí quase aos pulos do salão. 

Então eu tentei ficar sem usar shampoo e silicone, e confesso que consegui por três semanas. Fiz a lavagem profunda como elas sugerem, com um shampoo de limpeza profunda, e mijoguei no método: lavar o cabelo só com o condicionador, esfregando bem no couro cabeludo e depois repetindo a dose ao longo dos fios . Não deu certo, porque eu realmente não aguentei ficar sem shampoo. 

Porém, confesso que nessas três semanas em que eu fazia só o co-washing (a tal da lavagem só com condicionador), a textura do meu cabelo melhorou. Os fios ficaram mais brilhantes e maleáveis. Mas eu sentia a necessidade de lavar com mais frequência e o que é pior, não ficava com aquela sensação de limpeza no coco que só o shampoo dá. 

Fui ao salão de beleza e comprei um shampoo desses bons que custam uma fortuna e vêm com a promessa de hidratação em sua composição. Meu cabelo o que fez? Entrou em pânico, tadinho. Não ficava como eu queria de jeito nenhum, e olha que eu estava com o cabelo bem curto. Ficava duro, e aquela impressão de hidratação boa, com textura de flocos de algodão, tinha ido para o brejo. 

Foi aí que eu resolvi diluir o shampoo e reduzir seu uso. Se antes eu lavava a cabeça com shampoo a cada três dias, eu passei a lavar a cada sete. E entre uma lavagem e outra eu passei a fazer o co-washing. E não é de ver que tem dado certo? Sem contar que eu nunca mais usei o shampoo sem estar diluído, não importa quão suave e caríssimo ele seja. 

E eu não consegui me libertar totalmente dos silicones. Simplesmente tem dias que você precisa modelar seu cabelo de um jeito ou de outro, e nessa hora as pomadas estão aí pra isso mesmo. Também não vou ser xiita. Mas que dá pra diminuir, isso dá. 

Bom, esse post já ficou grande demais, então vou continuar falando disso em outra feita. Pra quem quiser tentar o método, eu super-indico. Pra quem não consegue viver sem shampoo de tudo como eu, o que eu recomendo é a diluição. Tipo, uma parte de shampoo para dez de água, algo assim. Experimentar coisas novas no cabelo é sempre bom, e pra quem já fez muita química eu tenho certeza que esse método é café pequeno. 

Passo-a-passo (em inglês) para seguir o método Curly Girl aqui. Um site ótimo com muitas dicas de beleza para cabelos naturais aqui (em inglês também). Vários vídeos legais (inglês again) e que dão inspiração para cortar o cabelo curtinho aqui

Sunday, September 4, 2011

Pequena reflexão

Aconteceu lá no escritório e eu achei fofo. Que eles não celebraram os aniversários do mês em julho porque eu não estava presente. Que reuniram todos e celebraram os aniversários de julho e agosto conjuntamente. Com direito a bolo e lembrancinha. Uma coisa tão singela mas, ainda assim, tão importante e carregada de significados na vida dessa trintenária que vos fala.  Tô feliz, hein.

Eu não morro de amores pelo meu novo trampo, não. Porém seria injusto da minha parte não reconhecer que estou em um local de trabalho bem mais digno que o anterior. Sim, eu sou daquelas que ficam de mimimi por não superar certos incidentes. E se há algo positivo em não esquecer, eu diria que é justamente o fato de se lembrar de turbulências passadas que me dá coragem de continuar. Eu não carrego os problemas que tive como um troféu. Mas devo confessar que esquecê-los seria dar vazão a uma falsa sensação de ineditismo frente a "novas" questões, que muitas vezes se repetem, ou então são bem menores que os desafios de outros canaviais.

Divago e tenho consciência que meu divagar pode gerar nas pessoas uma sensação de "vejam como ela é amarga". No entanto, é justamente nesses momentos de auto-reflexão que eu percebo que o que eu sinto mesmo, de verdade, é gratidão. Tô feliz, hein.



Saturday, September 3, 2011

A vida (?) na área de TI

Daí te apresentam a uma série que narra a sua vida profissional nos últimos três anos com alta fidedignidade. Tudo parece extremamente fiel à realidade que você vive, incluindo seu processo seletivo. Daí o que me veio à cabeça? Que eu precisava compartilhar com vocês, oras! Obrigada, amiga Deb, por me apresentar ao meu mais novo vício =D

Pra quem, assim como eu, não conhecia a série (que já acabou, humpf!) leia mais aqui




Caso não consiga ver o vídeo acima, você pode assisti-lo aqui.

Bom fim de semana, galere =D =D =D

Thursday, September 1, 2011

Feliz Ganesh Chaturthi!

E hoje é dia de Ganesh Chaturthi, festival indiano que celebra o aniversário de Ganesha, o deus hindu mais fofinho que eu já vi. 

Os hindus acreditam que Ganesha traz prosperidade, então toda casa de hindus que eu conheço tem um elefantinho no altar. Talvez seja exatamente a isso que a idéia de ter qualquer elefante em casa remeta ;-)

Agora, falando do festival em si, é um evento que me agrada. A origem do mesmo não é certa, mas a sua popularização por toda a Índia tem um nome: Lokmanya Tilak, um ativista social que participou do movimento de independência indiana. Em um tempo em que o acesso a templos era ultra-restrito, ele viu no festival a possibilidade de unir brâmanes e não-brâmanes em uma festividade que levava Ganesha pra todo mundo, no melhor estilo 'se você não pode entrar no templo, seus problemas acabaram, porque o deus vai até você!'

E este acaba sendo um evento que envolve todas as religiões, pois é comum que pessoas de outras denominações participem das festividades, que contam com procissões, distribuição de doces, visitas às casas, etc. Sem contar que o evento foi primordial para manter a unidade dos indianos durante o período colonial.

Trata-se de um festival que polui muito, pois acredita-se que as estátuas devam ser jogadas em água corrente ao final do período de celebrações. Assim, várias ongs, juntamente com o governo, têm empenhado-se no sentido de incentivar a população a não jogar as estátuas fora, ou então a imergi-las em tanques dentro de casa mesmo, sem que isso seja feito em rios e lagos.

E nessas horas em que a consciência ecológica vem tomando forma, vale muito a criatividade, como a do artista que resolveu criar um Ganesha imenso feito de copos de papel:



Bom, é isso, galera. O festival inicia-se hoje e tem a duração de cerca de 10 dias. Eu estava toda faceira jurando que ia ganhar feriado hoje, mas não rolou. Pelo menos rolou de fazer um post, porque trabalho por aqui, hoje, não tem not  =D